PORQUE A PALAVRA KLÍNICA?
A palavra “Klínica” com “K” ganha destaque no contexto da esquizoanálise, uma abordagem teórica desenvolvida por Félix Guattari e Gilles Deleuze. Esse termo, distinto da “clínica” convencional, sugere uma reconfiguração do espaço terapêutico, transcendendo as fronteiras tradicionais da psicanálise.
Na esquizoanálise, a “Klínica” é concebida como um campo fluido, onde as linhas de segmentaridade se entrelaçam e as singularidades se desdobram. Diferente da clínica psicanalítica que se concentra na interpretação do inconsciente individual, a Klínica esquizoanalítica abraça a multiplicidade, buscando compreender as intensidades e fluxos que perpassam as subjetividades.
Nesse contexto, a letra “K” não apenas distingue a palavra, mas também simboliza a quebra de paradigmas. A esquizoanálise propõe uma abordagem não hierárquica e descentralizada, desafiando as estruturas rígidas da psicoterapia tradicional.
A “Klínica” esquizoanalítica torna-se, assim, um espaço de experimentação, onde as fronteiras entre o normal e o patológico, o pessoal e o coletivo, se diluem. Ao adotar a “Klínica” com “K”, a Klínica Korppu convida os praticantes a explorarem novas possibilidades de compreensão e intervenção terapêutica, rompendo com a rigidez dos modelos convencionais. Essa abordagem inovadora propõe uma visão dinâmica da subjetividade, onde o processo psicoterapêutico se torna um movimento constante de criação e recriação, em sintonia com a complexidade do humano.
Escreve-se sempre para dar a vida, para liberar a vida aí onde ela está aprisionada, para traçar linhas de fuga.
Giles Deleuze
COMO NASCEU A KORPPU

No ano de 1985 Leonardo Carrijo Ferreira, idealizador da Korppu, iniciava seus estudos em Psicologia. Neste caminho participou de vários cursos de formação complementar, com foco especial em abordagens psicanalíticas como as de Freud e Klein. Contudo, foi através das ideias de Wilhelm Reich que pôde verdadeiramente se reconectar com a importância do corpo, o que se revelou como uma experiência encantadora e transformadora.
Após a sua imersão na psicologia corporal, conheceu a Esquizoanálise e teve a oportunidade de participar de cursos ministrados por Gregorio Baremblitt, uma conexão que deixou uma marca indelével. Da mesma forma, o Esquizodrama e a abordagem da saúde mental também exerceram um impacto profundo em sua jornada.
Após sua formação, trabalhou na área de saúde mental, como psicólogo da prefeitura da cidade de Uberlândia – MG, onde permaneceu por quase dois anos. Em 1997, começou a trabalhar no departamento de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, exercendo o cargo de professor substituto.
Conheceu a cidade Patos de Minas em 1999 ao ministrar aulas de Filosofia e Sociologia no ensino médio, cidade que atuo até hoje. Depois disso, iniciou também a função de psicólogo neste colégio, trabalhando com diversas abordagens, porém privilegiando a psicologia corporal. Passei por diversos colégios e instituições da cidade, inclusive atuando no presídio, em um programa de ressocialização. Em 2014, concomitantemente, iniciou como professor na Faculdade de Patos de Minas (FPM), ministrando diversas disciplinas nos cursos de graduação e pós-graduação.












